A 15ª edição da Bienal de Veneza, realizada em maio de 2016, teve intensa participação de arquitetos latino americanos, a começar pela curadoria de Alejandro Aravena. Esse, arquiteto chileno laureado pela Fundação Hyatt com o prêmio Pritzker (2016), trouxe à pauta da Bienal a emergência na busca de novos olhares para nossos edifícios, cidades e, inclusive, sobre a própria forma com que a arquitetura e urbanismo precisam se renovar enquanto prática.
Neste momento onde a necessidade de pausa e reflexão sobre presente e futuro da profissão, das questões políticas e econômicas do mundo atual, do pensar e fazer arquitetônicos se evidencia num evento desta proporção, o olhar se volta ao passado até encontrar-se com os desafios presentes. Por sua trajetória e conjunto da obra, o arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha foi premiado com Leão de Ouro da Bienal de Veneza. Obra em si extensa e que, revisitada nesta oportunidade, nos faz refletir sobre a posição do arquiteto para além da profissão, mas também como cidadão que através do seu ofício consegue trazer novas propostas para o âmbito urbano.
Ao longo de sua obra, Paulo Mendes da Rocha desenvolveu uma linguagem muito própria, calcada na simplicidade de desenho. Dizemos aqui simplicidade e não simplismo. Dos traços geométricos e objetivos, da busca pelo equilíbrio estético e técnico, do apreço pela pureza dos materiais se traduz essa simplicidade. Há um sem-número de obras que poderiam ser citadas aqui visto que Paulo Mendes é um dos arquitetos mais produtivos do país e ainda hoje, com mais de 80 anos, segue realizando obras no Brasil e exterior. Algumas das mais conhecidas falam por si só.
"Adicione estilo e personalidade à sua decoração com nossa coleção exclusiva de gravuras de alta qualidade."
O MuBe, Museu Brasileiro da Escultura, localizado em São Paulo é exemplo da busca pelo desenho aliado à técnica construtiva e, principalmente, desse olhar global característico de Paulo Mendes, que é a forma como esta obra se
costura e se entrelaça no próprio tecido urbano. A fluidez de pensar a chegada do pedestre num espaço que é museu, mas parece somente a continuação da rua, da cidade, e, não fosse pelas grades, não se saberia onde exatamente começa um e termina o outro. Quando menos se espera, já se está entre as esculturas ao ar livre. A grande cobertura de concreto que atravessa o terreno de um lado para o outro propõe ainda a convivência de diversos programas da vida pública da cidade. Feiras, artesanato, encontros, exposições diversas ocorrem neste local. O cuidado do desenho na paisagem onde essa cobertura se mantém discreta. Um museu quase todo enterrado no desnível do terreno, mas que na verdade não é vida só dentro da obra e sim, vida na conexão com a cidade.
Evidentemente, cada obra de Paulo Mendes poderia gerar um estudo longo e profundo da arquitetura. Não caberia aqui neste espaço. Mas, neste momento de busca por novos olhares e reflexão sobre o futuro, a obra deste grande
arquiteto nos ajuda a enxergar e a perceber a arquitetura como prática que deve e precisa, acima de tudo, se manter humana.
+55 65 99219 4444
E-mail: arqface.contato@gmail.comarqface.contato@gmail.com
Brasil
A 15ª edição da Bienal de Veneza, realizada em maio de 2016, teve intensa participação de arquitetos latino americanos, a começar pela curadoria de Alejandro Aravena. Esse, arquiteto chileno laureado pela Fundação Hyatt com prêmio Pritzker (2016), trouxe à pauta da Bienal a emergência na busca de novos olhares para nossos edifícios, cidades e, inclusive, sobre a própria forma com que a arquitetura e urbanismo precisam se renovar enquanto prática.
Neste momento onde a necessidade de pausa e reflexão sobre presente e futuro da profissão, das questões políticas e econômicas do mundo atual, do pensar e fazer arquitetônicos se evidencia num evento desta proporção, o olhar se volta ao passado até encontrar-se com os desafios presentes. Por sua trajetória e conjunto da obra, o arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha foi premiado com Leão de Ouro da Bienal de Veneza. Obra em si extensa e que, revisitada nesta oportunidade, nos faz refletir sobre a posição do arquiteto para além da profissão, mas também como cidadão que através do seu ofício consegue trazer novas propostas para o âmbito urbano.
Ao longo de sua obra, Paulo Mendes da Rocha desenvolveu uma linguagem muito própria, calcada na simplicidade de desenho. Dizemos aqui simplicidade e não simplismo. Dos traços geométricos e objetivos, da busca pelo equilíbrio estético e técnico, do apreço pela pureza dos materiais se traduz essa simplicidade. Há um sem-número de obras que poderiam ser citadas aqui visto que Paulo Mendes é um dos arquitetos mais produtivos do país e ainda hoje, com mais de 80 anos, segue realizando obras no Brasil e exterior. Algumas das mais conhecidas falam por si só.
"Adicione estilo e personalidade à sua decoração com nossa coleção exclusiva de gravuras de alta qualidade."
O MuBe, Museu Brasileiro da Escultura, localizado em São Paulo é exemplo da busca pelo desenho aliado à técnica construtiva e, principalmente, desse olhar global característico de Paulo Mendes, que é a forma como esta obra se
costura e se entrelaça no próprio tecido urbano. A fluidez de pensar a chegada do pedestre num espaço que é museu, mas parece somente a continuação da rua, da cidade, e, não fosse pelas grades, não se saberia onde exatamente começa um e termina o outro. Quando menos se espera, já se está entre as esculturas ao ar livre. A grande cobertura de concreto que atravessa o terreno de um lado para o outro propõe ainda a convivência de diversos programas da vida pública da cidade. Feiras, artesanato, encontros, exposições diversas ocorrem neste local. O cuidado do desenho na paisagem onde essa cobertura se mantém discreta. Um museu quase todo enterrado no desnível do terreno, mas que na verdade não é vida só dentro da obra e sim, vida na conexão com a cidade.
Evidentemente, cada obra de Paulo Mendes poderia gerar um estudo longo e profundo da arquitetura. Não caberia aqui neste espaço. Mas, neste momento de busca por novos olhares e reflexão sobre o futuro, a obra deste grande
arquiteto nos ajuda a enxergar e a perceber a arquitetura como prática que deve e precisa, acima de tudo, se manter humana.